terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dedicatória



        É a parte do poema em que Camões dedica a sua obra a D.Sebastião.
      Com os versos 2,3 e 4, Camões pretende significar que Portugal é um país com muito sol, em que as horas de dia são muitas.
      Na estrofe 8, Camões dirige-se a D.Sebastião e diz-lhe que espera que ele domine os Mouros, que se encontram em África e na Ásia (Índia).

"Vós, poderoso Rei, cujo alto Império
O Sol, logo em nascendo, vê primeiro,
Vê-o também no meio do Hemisfério, 
E quando dece o deixa derradeiro;
Vós, que esperamos jugo e vitupério
Do torpe Ismaelita cavaleiro,
Do Turco Oriental e do Gentio 
Que inda bebe o licor do santo Rio."


      Na estrofe 10, Camões promete ao Rei ("Vereis") ver o seu patriotismo e a sua dedicação e ainda a exaltação do povo português e que o Rei poderá então verificar o que é melhor: se ser Senhor do Mundo, se ser Rei dos Portugueses.

"Vereis amor da pátria, não movido
De prémio vil, mas alto e quási eterno;
Que não é prémio vil ser conhecido
Por um pregão do ninho meu paterno.
Ouvi: vereis o nome engrandecido
Daqueles de quem sois senhor superno,
E julgareis qual é mais excelente,
Se ser do mundo Rei, se de tal gente."

      Na estrofe 11, Camões continuava a dizer ao rei D.Sebastião que os feitos dos portugueses são de tal modo importantes que ultrapassam as aventuras dos heróis antigos, sobretudo porque são feitos verdadeiros enquanto que os outros eram inventados.

 

"Ouvi, que não vereis com vãs façanhas,
Fantásticas, fingidas, mentirosas,
Louvar os vossos, como nas estranhas
Musas, de engrandecer-se desejosas:
As verdadeiras vossas são tamanhas
Que excedem as sonhadas, fabulosas,
Que excedem Rodamonte e o vão Rugeiro
E Orlando, inda que fora verdadeiro."

      Na estrofe 15, Camões dirige-se a D.Sebastião aconselhando-o a tornar-se num Rei exemplar, porque no momento não pode escrever sobre ele, D.Sebastião, não ser ainda reconhecido pelos seus feitos heróicos, dada a sua pouca idade, mas prometia-lhe, no futuro, contar tudo sobre a sua acção grandiosa.

"E, enquanto eu estes canto - e a vós não posso,
Sublime Rei, que não me atrevo a tanto -,
Tomai as rédeas vós do Reino vosso:
Dareis matéria a nunca ouvido canto.
Comecem a sentir o peso grosso
(Que polo mundo todo faça espanto)
De exércitos e feitos singulares,
De África as terras e do Oriente os mares."


Comentário: Na dedicatória, Luís de Camões decide dedicar o seu poema ao rei D. Sebastião, a quem louva pelo que representa para a independência de Portugal e para o aumento do mundo cristão; pela ilustre e cristianíssima ascendência e ainda pelo grandioso Império de que, D.Sebastião, é senhor.
Fonte: Aula de português, 15/16-11-2010 e Manual.

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